sábado, 11 de agosto de 2012

Após perder mulher e filha, advogado vive com o filho especial em Limeira


Rapaz sofre da mesma síndrome que matou parentes, mas tem vida normal.
Pai conta que não espera morte e crê que será cumprida a "ordem natural".

O policial civil aposentado e advogado Valmir Antônio da Silva, 52, vive em Limeira (SP) com o filho Valmir Antônio da Silva Júnior, 30. O rapaz tem deficiência intelectual e sofre da distrofia de Steinert, doença hereditária que degenera todos os músculos do corpo e que causou a morte da mãe (há três anos), da irmã (há dez meses) e de cinco tios.
Silva cuida sozinho do filho e atua não só como pai e mãe, mas como tio, amigo, irmão e avô, pois é o único familiar vivo de Júnior. "Hoje em dia somos eu e ele o tempo todo. Mas nem sempre sou eu quem cuida. Ele também é meu consolador nos momentos de dor, me ampara e me dá forças da mesma forma que eu faço para ele", contou o advogado.
Durante a semana, Júnior estuda e trabalha na Associação de Reabilitação Infantil de Limeira (Aril) reciclando jornais e montando equipamentos em uma fábrica instalada no local. Silva exerce a advocacia, mas fica alerta para qualquer urgência. "Tem situações de eu estar em uma audiência e ligarem falando que meu filho está com alguma dor ou problema. Eu paro o que estiver fazendo e saio de onde estiver para ir auxíliá-lo. Ele é a minha prioridade", disse.
Diferente da mãe e da irmã, que só desenvolveram a doença na idade adulta, Júnior nasceu com a distrofia e a deficiência mental. Ele tem dificuldades para se locomover, problemas renais e cardíacos. Há três anos, fraturou o fêmur e as dificuldades para caminhar se agravaram.

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